Mortes crescem 25% em dez anos
Nos últimos dez anos, o volume de óbitos registrados teve aumento de 25%, segundo a pesquisa Estatísticas de Registro Civil do IBGE.
A pesquisa compara o número de mortes por década, e não por ano. Isso decorre da redução das mortes de crianças pequenas, que fez com que um número maior de pessoas chegasse à velhice, gerando um envelhecimento geral da população.
Em 1976, menores de um ano e menores de cinco anos representavam 27,8% e 34,7% do total de mortos, respectivamente, de acordo com os dados levantados pe- la pesquisa. Em 2016, esses percentuais passaram a representar 2,4% e 2,9%.
A mortalidade é diferente para homens e mulheres porque homens são mais afetados por causas externas, como acidentes de trânsito, afogamentos, suicídios, homicídios e quedas acidentais.
A sobremortalidade masculina aumentou nas últimas décadas, segundo a pesquisa. Em 2016, um homem de 20 anos tinha 11,1 vezes mais risco de não completar os 25 anos do que se fosse do sexo feminino. Em 1976, esse valor era de 4,6 vezes, segundo a pesquisa.
A hipótese de que o surto de zika seja um dos motivos para a queda no número de nascimentos é o fato de o Estado de Pernambuco, que teve muitos casos da doença, ter registrado a maior queda de nascidos do país (-10%).
O plano do motorista Taciano Torre, 31 anos, e da mulher dele, a manicure Marina Gabriela dos Santos, 28 anos, por exemplo, era aumentar a família entre 2015 e 2016. O sonho do segundo filho do casal recifense foi suspenso, pois no mesmo período Pernambuco era o epicentro da epidemia de microcefalia causada pela zika. “As notícias nos deixaram com muito medo”, diz Marina, hoje grávida de cinco meses.