Prefeitura cria UPA para ‘salvar’ o Hospital São Paulo
Hospital sofre grave crise. Entidade que o administra receberá R$ 1,5 mi ao mês da gestão João Doria
A gestão João Doria (PSDB) instalou uma UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) provisória no Hospital São Paulo, ligado à Unifesp, na Vila Mariana (zona sul da capital), como forma de ‘salvar’ a unidade, que passa por uma grave crise financeira, agravada no início deste ano, quando as atividades do pronto-socorro chegaram a ser suspensas.
“A gente antecipou a abertura para salvar o hospital. Atendi a um pedido do Ministério Público”, afirmou ao Agora o secretário municipal da Saúde, Wilson Pollara. A nova unidade, disse o secretário, deve aliviar as contas do hospital, que deixa de gastar com o pronto-socorro e terá mais recursos para usar em outras áreas, principalmente na alta complexidade.
A UPA é administrada pela SPDM, organização social também responsável pelo hospital. Para gerir a unidade de pronto-atendimento, a entidade passou a receber da prefeitura, desde outubro, parcelas mensais de R$ 1,57 milhão. O valor vem de um complemento no contrato que a SPDM já tinha com o município para administrar unidades de saúde da região. “A secretaria já ia gastar este valor com a unidade a partir do ano que vem, só antecipamos para garantir o atendimento”, afirma. Uma UPA com obras paralisadas fica a poucos metros do hospital.
Triagem
Apesar de apresentar uma identidade visual própria em dois corredores e na entrada, a UPA funciona como uma espécie de triagem do hospital e resolve os casos de menor complexidade. Na área onde funciona a UPA, é possível ver residentes e funcionários do hospital no atendimento a pacientes. “Estamos em fase de adaptação, e os problemas serão resolvidos aos poucos”, disse Pollara.
Os receituários e equipamentos são do hospital. Pacientes que antes eram atendidos no hospital têm de passar pela UPA. Segundo Pollara, a mudança é parte do projeto de concentrar só casos graves nos hospitais.