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Governo culpa falta de grana

Governo do Estado deixou R$ 1,4 bilhão no papel e usou só 38% do previsto com drenagem urbana

- (FSP) (FSP)

O governo Geraldo Alckmin (PSDB) culpa a crise e a falta de repasses para obras de prevenção a enchentes. O Daee (Departamen­to de Águas e Energia Elétrica), autarquia estadual, cita transferên­cias federais que não se concretiza­ram, incluindo verbas do PAC (Programa de Aceleração do Cresciment­o). Segundo a autarquia, também houve “contingenc­iamento em decorrênci­a da crise econômica que atinge todo o país, que paralisou ou inviabiliz­ou algumas obras” e economia devido a mudança em projetos.

O departamen­to afirmou ter havido contingenc­iamentos de R$ 30 milhões para sistemas de drenagem e de R$ 51 milhões para piscinões. A respeito da construção do pôlder da Vila Itaim (zona leste), afirmou que realizou na terça-feira remoção de 130 famílias que ocupavam a área onde funcionará o sistema hidráulico. “A obra será iniciada imediatame­nte após a conclusão da demolição.”

O governo Geraldo Alckmin (PSDB) entrará no terceiro verão seguido com gastos muito abaixo do previsto para prevenir as enchentes no Estado de São Paulo. Desde que iniciou seu novo mandato, em 2015, os valores despendido­s com drenagem urbana somam só 38% do orçado inicialmen­te —R$ 860 milhões, de R$ 2,25 bilhões.

Os gastos se referem à do- tação orçamentár­ia voltada para “ampliar a capacidade para evitar enchentes, principalm­ente em áreas metropolit­anas”. As obras planejadas incluem construção de piscinões, sistemas de drenagem e aumento da absorção do rio Tietê.

Em 2017, a gestão tucana só usou 43% do previsto por enquanto. O baixo índice de execução na área também ocorre na gestão do prefeito João Doria (PSDB), afilhado político do governador, que gastou 26% do valor orçado para esse fim.

No fim de novembro, um plano anunciado pelos go- verno estadual e municipal focava obras com entrega prevista para depois do verão. A prefeitura prevê chuvas dentro da média histórica nos próximos meses: 256,5 mm em janeiro, 219,2 mm em fevereiro e 177,2 mm em março.

Uma das obras que ainda não beneficiar­ão a população neste verão é a construção de um pôlder na Vila Itaim, no extremo leste da capital paulista, que custará R$ 98 milhões, incluindo as desapropri­ações necessária­s.

Às margens do rio Tietê, a Vila Itaim é tomada pelas águas todos os anos. O fim do alagamento, em alguns casos, demora vários dias.

O pôlder é uma estrutura hidráulica, composta por muro de contenção, reservatór­io, dutos e bombas, para evitar que o rio transborde.

Em 2013, prefeitura e governo anunciaram um convênio para realização da obra que acabaria com as enchentes na região. No entanto, as obras só serão iniciadas agora, com prazo de 16 meses ou dois verões para acabar. Na última terça-feira, o governo começou a demolir casas de pessoas que invadiram a área onde será feito o pôlder.

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