STF pede a quebra de sigilos bancário e fiscal de Aécio
Senador tucano é suspeito de receber R$ 2 milhões da JBS; decisão atinge irmã e mais duas pessoas
O ministro Marco Aurélio, do STF (Supremo Tribunal Federal), autorizou a quebra dos sigilos bancário e fiscal do senador Aécio Neves (PSDB-MG), de sua irmã, Andrea Neves, de seu primo Frederico Pacheco e de Mendherson de Souza, ex-assessor do senador Zezé Perrella (PMDB-MG), além de duas empresas ligadas a eles.
Eles foram denunciados por esquema de corrupção por supostamente terem recebido R$ 2 milhões em propina da empresa JBS.
A autorização foi dada no mesmo dia que o ministro revogou a prisão domiciliar de Andrea Neves, de Frederico Pacheco e de Mendherson de Souza. Marco Aurélio também revogou a necessidade tornozeleira eletrônica.
Agora, a PGR (Procuradoria-Geral da República) vai analisar os dados. O período da quebra de sigilo vai de 1º de janeiro de 2014 a 18 de maio de 2017, quando os quatro foram alvos da Operação Patmos, provocada pelas revelações dos executivos da JBS em acordo de delação premiada.
A Procuradoria pediu a quebra dos sigilos sob a alegação de necessidade de acesso às informações para rastrear a origem e a finalidade dos recursos.
A quebra de sigilo de parlamentar já foi autorizada outras vezes por ministros do Supremo na Lava Jato.
A 1ª Turma do STF ainda não julgou se recebe a de- núncia e abre processo penal contra Aécio, o que tornaria o senador réu.
Resposta
O advogado do senador, Alberto Toron, afirmou que o seu cliente recebeu a decisão com “absoluta naturalidade‘ e vê “com bons olhos” a decisão nessa fase de investigação da operação.
No entanto, o advogado disse também que a decisão não era necessária, pois Aécio colocaria os dados bancários e fiscais à disposição espontaneamente se assim fosse pedido.