O ídolo do Maradona
Pouca gente no Brasil conhece Ricardo Bochini, o jogador que foi o ídolo do Maradona. Aquele que povoou o imaginário do pequeno Diego, quando este ainda corria pelos campinhos de terra da Villa Fiorito, uma comunidade humilde na cidade de Lanús, parte da grande Buenos Aires.
Bocha, como é carinhosamente chamado por torcedores e imprensa da Argentina, foi um camisa 10 clássico. Daqueles meias que não existem mais no futebol moderno. Meia, não, ele era o “enganche”, para assim respeitar a cartilha do futebol portenho.
Durante os 19 anos em que jogou como profissional, Bochini vestiu apenas duas camisetas: a do Independiente de Avellaneda, seu clube do coração, e ainda a da “Albiceleste”. Com a camisa do Independiente, conquistou nada mais, nada menos, do que cinco Copas Libertadores da América e dois Mundiais de clubes.
Os invejosos vão dizer que naquele tempo os brasileiros não se importavam com a Libertadores. Mas os canecos estão na sala de troféus do Independiente. O “Rojo”, que pega hoje o Flamengo pela Sul-Americana, ganhou no total sete Libertadores e três Copas Intercontinentais.
Na seleção argentina, Bochini fez parte da equipe campeã no México-86. A presença de Bocha foi uma exigência de Maradona. Bilardo atendeu ao pedido de Don Diego, para azar do preterido Alejandro Sabella, que esteve presente durante todas as eliminatórias.
O baixinho ainda pediu que Bilardo colocasse Bochini em campo. Entrou na partida semifinal, contra a Bélgica, no lugar de Burruchaga, seu colega de Independiente.
Reza a lenda que Maradona foi receber Bocha quando este entrou no gramado do Azteca, com a frase: “Venha, maestro, o estávamos esperando”.