Uma data para Lula
É uma boa notícia que tenha sido marcado para 24 de janeiro o julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, com sede em Porto Alegre.
Com a definição dessa data, aumentam as chances de resolver a tempo uma pendenga que pode bagunçar a eleição para presidente no próximo ano.
Lula foi sentenciado, em julho, a nove anos e seis meses de prisão, por corrupção e lavagem de dinheiro. Se o TRF-4 confirmar a condenação, ele ficará inelegível, pela Lei da Ficha Limpa, e ainda pode ser preso.
De qualquer maneira, há muitas possibilidades de recurso.
Tudo fica mais complicado, claro, sendo o petista quem é: o líder nas pesquisas de intenção de voto (tem em torno de 36%) e também o mais rejeitado entre os candidatos mais prováveis ao Planalto, com 39% no Datafolha.
Para piorar, ele investe na divisão do eleitorado. Anda pelo país dizendo que o impeachment de Dilma Rousseff (PT) foi golpe e que está sendo vítima de perseguição política. Duas lorotas.
Em julho, o juiz Sergio Moro considerou que o ex-presidente recebeu propina da construtora OAS na forma do famoso apartamento tríplex de Guarujá, embora o imóvel tenha permanecido em nome da empresa.
No mundo político, a aposta principal é que o TRF-4 vai manter Lula condenado. Seja qual for a sentença, a Justiça precisa andar logo com o exame dos recursos da defesa ou da acusação.
Num país que já sofreu tanto nos últimos anos, não dá para ficar com essa dúvida durante uma eleição tão decisiva.