Governo bate-cabeça sobre adiar a reforma
Planalto desmentiu o líder do governo no Senado, que havia dito que a votação foi adiada para 2018
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDBRR), afirmou ontem que a reforma da Previdência será mesmo adiada para 2018, declaração que explicitou a ausência de votos para sua aprovação e deflagrou um bate-cabeça no Executivo.
A declaração de Jucá foi dada enquanto o presidente Michel Temer passava por nova cirurgia urológica em São Paulo. “Há um acordo entre os presidentes das duas Casas para a votação da reforma da Previdência somente em fevereiro. O acordo foi feito em conjunto com o governo”, disse Jucá.
Momentos depois, governistas deram declarações e divulgaram notas afirmando que o adiamento ainda não é oficial, mas não desmentiram diretamente Jucá.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que horas antes havia dito que definiria a data da votação hoje, negou negociação. “Não combinei nada.” O presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), também negou a versão de Jucá.
Segundo governistas, Jucá pode ter ultrapassado o sinal e anunciado a decisão antes da hora, já que estava prevista uma entrevista de Temer, Maia e Eunício para hoje. Jucá afirmou que a decisão de adiar a reforma foi tomada por causa do esvaziamento do Congresso na próxima semana.
Apesar de nos bastidores reconhecerem que não deve haver votação neste ano, governistas se disseram surpresos. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, foi o primeiro a confrontar a declaração do líder do governo.
Em nota, o governo garantiu que o texto da reforma da Previdência será lido em plenário hoje, como anunciado no fim de semana.