Lula diz que vai brigar ‘até as últimas consequências’
Petista afirmou que seria ‘leviandade’ disputar a Presidência se houvesse alguma prova contra ele
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que não vai se esconder atrás de uma candidatura e que brigará “até as últimas conse- quências” para disputar o Palácio do Planalto em 2018.
Lula afirmou que, se os investigadores da Lava Jato provarem que ele é culpado, não haverá “condição moral” para que saia candidato, mas desafiou o Ministério Público Federal a apresentar provas contra ele.
“Não quero que vocês tenham um candidato a presi- dente que esteja escondido na sua candidatura porque ele é culpado e não quer ser preso. Quero ser inocentado para poder ser candidato. Se eles apresentarem provas contra mim em todas as acusações, terei a satisfação de vir aqui numa reunião da bancada [do PT] para dizer que não posso ser candidato a presidente”, disse.
O discurso do petista, durante reunião com as bancadas do PT na Câmara e no Senado, em Brasília, foi sua primeira reação pública à decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região de marcar o julgamento do caso tríplex para 24 de janeiro.
O processo de Lula tem tramitado em tempo recorde no TRF-4. Foram 42 dias entre a condenação e o início do andamento do recurso na segunda instância. Na média, o período é de 102 dias desde a conclusão do voto do relator até o julgamento. No caso do petista, este intervalo será de 52 dias.
Em nota, a defesa de Lula afirma que agora também precisa debater o caso “sob a perspectiva da violação da isonomia de tratamento, que é uma garantia fundamental de qualquer cidadão”.
Uma eventual prisão do petista, em tese, pode acontecer após todos os recursos se esgotarem no Tribunal Regional Federal.
Lula foi condenado por Moro em julho deste ano a 9 anos e 6 meses. A defesa nega os crimes.