Mais uma graninha

O governo Michel Temer (PMDB) já notou que o jeito mais fácil de tirar a economia da lama, neste momento, é contar com o consumo das famílias.

Enquanto os empresários ainda estão com o pé no freio, com medo do que vai acontecer nas eleições de 2018, o movimento no comércio vem se recuperando desde o início do ano.

Isso é sinal de que, apesar do desemprego ainda muito alto, as pessoas estão se animando a comprar mais, com ajuda da queda da inflação e dos juros.

Até para tentar melhorar sua imagem, o governo tratou de dar uma força para o consumo.

Primeiro, liberou a grana das contas inativas do FGTS, o que jogou uma bolada de R$ 40 bilhões em circulação.

Depois, em agosto, resolveu permitir também o saque de até R$ 16 bilhões do PIS/Pasep para homens a partir de 65 anos de idade e mulheres com 62 ou mais (antes, a idade mínima exigida era de 70 anos nos dois casos).

Agora, esse benefício foi ampliado: Temer anunciou que o dinheiro será liberado para os que têm 60 anos ou mais, desde que se- jam, claro, cotistas do PIS/Pasep.

Tem direito à grana quem trabalhou no setor público ou em empresa privada antes de 4 de outubro de 1998 e ainda não sacou todo o saldo.

Em geral, não é nenhuma fortuna: na média, cada conta tem pouco mais de R$ 1.000. Mas é um bom alívio nesse sufoco.

Muita gente usa o dinheiro para pagar dívidas, o que é uma decisão inteligente. Para quem pode, dá para gastar um pouco mais. Agora é torcer para que os políticos não atrapalhem de novo a recuperação da economia.