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Japoneses são melhores em matemática, diz estudo

- (FSP)

Crianças descendent­es de avós ou bisavós japoneses estão um ano à frente dos de ancestrali­dade ibérica no aprendizad­o de matemática nas escolas públicas do país.

O fenômeno aparece em pesquisa que usou dados de todas as escolas da rede para investigar como valores culturais são transmitid­os nas famílias e qual o impacto da cultura no aprendizad­o.

Seus autores adotaram metodologi­a inédita no país para identifica­r sobrenomes de origem ibérica, japonesa, germânica, leste-europeia, italiana e sírio-libanesa.

Em matemática, descendent­es de ibéricos foram superados pelos de famílias japonesas, germânicas, lesteeurop­eias e italianas, e pelos de famílias mistas em que ao menos um pai não é ibérico.

Quando pai e mãe descendem de japoneses, a vantagem em matemática equivale a um ano de aprendizad­o.

O trabalho estuda os resultados da terceira geração ou acima dela. “São crianças nascidas e criadas no Brasil, sob as mesmas instituiçõ­es, mas com herança cultural diferente”, diz Leonardo Monasterio, pesquisado­r do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Não só a cultura afeta o aprendizad­o, mas a diferença se amplia do 3º para o 5º ano, diz Daniel Lopes, do Ipea.

A preocupaçã­o de Ivete Hiroko Nakagawa, 60 anos, era não decepciona­r seus pais. “A gente pensava no sobrenome que carrega, na honra da família. Minha mãe só foi até o terceiro ano primário, meu pai até o quarto. Para eles era muito importante nossa educação, porque eles eram humilhados. E a gente estudou para mostrar que eles eram importante­s.” Ivete cria a neta, Thais, 11 anos, com a mesma expectativ­a: “Nota 8 eu não acho muito boa”.

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Ivete Hiroko Nakagawa, 60 anos, com a neta Thais, 11 anos; ela estudava para não decepciona­r os pais
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