Agora

‘Eu tenho condições e estou no páreo’

-

O empresário e conselheir­o do Corinthian­s Paulo Garcia, 62 anos, tornou-se nesta semana o quinto candidato a concorrer à presidênci­a do clube, que tem eleição marcada para 3 de fevereiro. Apesar de ter sido o último a oficializa­r a candidatur­a, ele demonstra confiança em sua vitória mesmo com a polêmica recente em que se envolveu no Parque São Jorge.

No início deste mês, Garcia autorizou o seu grupo político a pagar a dívida de associados inadimplen­tes em troca de votos. A Comissão Eleitoral do clube, porém, resolveu proibir qu e esses sócios possam participar do próximo pleito.

Nesta entrevista ao Agora, que encerra a série feita pelo jornal com todos os candidatos, Garcia diz concordar com a decisão da Comissão Eleitoral e argumenta que só pagou a dívida dos sócios para ter chances de vencer o pleito.

“Eu fiz um negócio lícito. Estava no site do clube. E eu nem era candidato ainda. E mesmo que fosse, eu acho imoral e errado, mas você sair com 700 votos a menos é para perder a eleição”, diz, Garcia, que disputará o cargo pe- la terceira vez. Agora Por que decidiu oficializa­r sua campanha apenas nesta semana, a pouco mais de um mês da eleição? Garcia Eu só estava esperando o Flávio [Adauto, exdiretor de futebol] e o Emerson [Piovezan, ex-diretor financeiro] finalizare­m os trabalhos para não ficar um conflito. E podia gerar alguma ciumeira, de alguém querer ser vice, então eu aguardei. Agora Por que acredita ter chances de vencer? Garcia Eu vivo o dia a dia do clube, sei que eu tenho condições, capacidade e chances de ser presidente. Estou no páreo com eles. Agora Acha que sua imagem ficou arranhada por ter pago a dívida dos sócios inadimplen­tes por votos? Garcia Não. Eu fiz um negócio lícito. Meu pai passou pelo mesmo problema com o Dualib [ex-presidente do Corinthian­s]. Meu pai não pagou e entrou na Justiça. Ele ficou dez anos discutindo. Você tem de jogar o jogo e ir para cima. Só se eu não quiser ser o presidente. Agora Jogar o jogo não passa uma imagem ruim? Garcia Cada um interpreta como quiser. O que os outros candidatos têm feito é querer destruir isso, mas fizeram a mesma coisa. Só que eu fiz de forma limpa, clara, com cartão de crédito, com prova. Agora Concorda com a proibição desses sócios de participar­em do pleito? Garcia Lógico, porque você tem de ter a mesma disputa com todo mundo. O mesmo direito, a mesma chance, se não vou sair com desvantage­m de 700, em uma eleição com cinco candidatos. Agora Como formou sua chapa? Garcia Meu compromiss­o é só com o Flávio [Adauto] e com o Emerson [Piovezan]. Não tenho compromiss­o com mais ninguém. Agora Por que a escolha deles? Garcia Eles têm tempo como eu tenho. São íntegros, são sócios antigos e não têm nada que os desabonem. Agora Quais seus principais projetos para o primeiro ano? Garcia Primeira coisa é saber das finanças e de todos os contratos, tanto da arena, como dos patrocínio­s. Pedir 90 dias para analisar e saber qual atitude será tomada, c o mo negociar. Agora Como gerar mais receitas? Garcia Tem de fazer uma análise, por exemplo, para ver se não tem gasto a mais com energia e outras situações dentro do Parque São Jorge. Agora Como será a busca por patrocínio­s? Garcia Vou conversar com um grupo de publicitár­ios, para ver essa viabilidad­e econômica. Tem de buscar o máximo que der. Eu acho baixo [R$ 30 milhões por temporada]. Acho que o Corinthian­s consegue mais pela exposição da marca. Agora Empresas de médio porte desvaloriz­am a camisa? Garcia Tem uma coisa chamada adequação. Uma empresa de ponta, como a HP, só junta a marca dela com empresas do mesmo nível. Agora A Kalunga pode investir no Corinthian­s como a Crefisa faz no Palmeiras? Garcia O estatuto do Corinthian­s não permite. Mas, mesmo que pudesse, eu não daria nenhum centavo. O Corinthian­s não é uma instituiçã­o filantrópi­ca. O Corinthian­s é um clube que tem uma marca forte. Agora Acredita que ainda dá para vender os ‘naming rights’? Garcia Sempre vai dar. Até por valores que, às vezes, surpreende­m ou não. Tem de ver o que vai acontecer daqui para frente com a economia. Agora A Kalunga tentou comprar os ‘naming rights’. Por que não deu certo? Garcia Porque não pode, por causa do Conselho. O Conselho não aprova. E tem que ter uma definição porque o contrato teria de ser feito com a gestora do fundo. Fazer com a gestora não é fazer com o Corinthian­s. Agora E isso seria algo ruim por quê? Garcia Porque você não tem uma garantia, você não sabe o que vai acontecer, eu não conheço os contratos. Se tiver um rompimento de alguma situação, como fica?

 ?? Fabio Braga - 6.jan.15/Folhapress ?? O empresário e conselheir­o do Timão Paulo Garcia, 62 anos, é o quinto candidato à presidênci­a do clube
Fabio Braga - 6.jan.15/Folhapress O empresário e conselheir­o do Timão Paulo Garcia, 62 anos, é o quinto candidato à presidênci­a do clube

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil