Doria e suas promessas
O prefeito João Doria (PSDB) merece crédito por guardar uma lista das 118 promessas que fez durante a campanha, listadas na edição de 1º de janeiro de 2017 do jornal “Folha de S.Paulo”.
Pelo menos, é um sinal bem-vindo de que está disposto a prestar contas aos eleitores.
Agora que o primeiro ano de mandato se foi, um levantamento mostra que só 11 daqueles compromissos (9%) estão plenamente cumpridos. Mais da metade (53%) vai andando devagar ou continua parada.
Doria contesta: segundo seus critérios, dá andamento a cem de seus objetivos. Só 18, portanto, não teriam avançado.
Ele entende, por exemplo, que a privatização do Anhembi já está adiantada, porque a lei autorizando a operação foi aprovada.
O problema é que a Câmara Municipal decidiu que a venda só pode acontecer quando forem aprovadas novas regras de zoneamento para a região.
Esse caso, aliás, mostra bem como a propaganda do prefeito nem sempre bate com a realidade.
Na campanha, ele disse que era um gestor, disposto a trabalhar muito. No cotidia- no da administração, tudo depende de negociação e caminha de forma mais lenta.
Não foi à toa que a popularidade do tucano caiu: a parcela dos paulistanos que aprova seu governo caiu de 44% para 29%.
É claro que nada está perdido ainda. Faltando mais três anos de mandato, Doria tem plenas condições de provar que é uma novidade na política do país.
A menos que ele resolva procurar outro cargo, como o de governador. Aí vai ser só mais um usando a prefeitura como trampolim.