Trump ameaça processar editora de livro
Obra descreve os bastidores da Casa Branca e afirma que o republicano não acreditava na vitória
Em uma carta enviada por um de seus advogados ontem, o presidente norteamericano, Donald Trump, pediu à editora responsável pelo livro “Fire and Fury” (Fogo e Fúria, em tradução livre) que “cesse e desista imediatamente de publicar ou disseminar” a obra, a ser lançada na próxima semana, sob pena de ser acionada judicialmente.
Escrito pelo jornalista Michael Wolff, o livro sobre os bastidores da Casa Branca no governo Trump teve seus primeiros trechos divulgados na quarta-feira —que provocaram a fúria do presidente e o rompimento com um de seus principais aliados, o ex-estrategista Steve Bannon.
Bannon afirmou ao autor que a reunião do filho de Trump com uma informante russa durante a campanha, em busca de informações sobre a adversária Hillary Clinton, foi “antipatriótica”, e comparou a investigação do FBI sobre a influência russa na eleição de 2016 a um “furacão de categoria cinco”.
A carta enviada à editora Henry Holt & Co e ao autor do livro, subscrita pelo advogado Charles Harder, argumenta que a obra tem conteúdo difamatório e malicioso.
O livro de Wolff, que teve acesso à Casa Branca e afirma ter realizado cerca de 200 entrevistas com integrantes do governo Trump, sustenta que o republicano não acreditava que iria vencer, que pretendia usar a campanha para ganhar fama e que achava que sua equipe estava “repleta de perdedores”.
O lançamento do polêmico livro, que já está em prévenda pela internet, deve ocorrer na próxima terçafeira. A obra era a mais vendida da Amazon ontem.