Loures nega ’relação de amizade’ com presidente
Peça central no escândalo que atingiu o governo Michel Temer no ano passado, o exassessor presidencial e exdeputado Rodrigo Rocha Loures (MDB-PR) disse em depoimento à Polícia Federal que não tinha relação de amizade com Temer, mas uma relação “profissional, respeitosa, administrativa e funcional, visto que o presidente era seu chefe”.
Rocha Loures depôs nos dias 24 e 27 de novembro no inquérito que investiga a edição de um decreto, em maio de 2017, que mudou as normas para o setor por- tuário e teria beneficiado a empresa Rodrimar, que atua no porto de Santos.
O inquérito tramita no STF (Supremo Tribunal Federal) sob relatoria do ministro Luís Roberto Barroso.
O ex-deputado foi filmado em abril passado recebendo uma mala com R$ 500 mil de um executivo da J&F, que controla a JBS.
A Procuradoria-Geral da República acusou Temer de ser o destinatário do dinheiro. A denúncia, sob acusação de corrupção passiva, teve seu prosseguimento suspenso pela Câmara. Sobre a ma- la, Rocha Loures ainda não deu declarações.
Rocha Loures afirmou que não mantém relações nem recebeu doações do setor portuário para suas campanhas à Câmara (em 2006 e 2014), mas que conhece representantes dessa área.
Ele negou ter atuado para favorecer interesses da Rodrimar na elaboração do decreto e disse “que não tem conhecimento se o presidente possui qualquer relação com o setor portuário, em especial com qualquer empresa do grupo Rodrimar e outras concessionárias”.