Exército foto ffiicchhaa moradores de favelas no Rio
Militares só deixavam pessoas saírem de seus bairros após cadastro e checagem de passado criminal
Militares do Exército exigiram RG e tiraram fotos individuais para “fichar” moradores de favelas do Rio em operação ontem. O procedimento foi adotado em diferentes pontos das favelas, de onde as pessoas só podiam sair após cadastramento das Forças Armadas. O Rio está sob intervenção federal na segurança, comandada pelo general Walter Braga Netto.
A operação iniciada na madrugada de ontem, com apoio das polícias Civil e Militar, envolveu 3.200 militares na Vila Kennedy, Coreia e Vila Aliança, na zona oeste.
O objetivo era prender suspeitos do assassinato, na terça-feira, de um sargento do Exército durante arrastão em Campo Grande.
Ao todo, 27 pessoas foram levadas para delegacia, uma menor e duas foram presas (o motivo não foi divulgado).
Houve apreensão de duas pistolas, réplica de fuzil, carregadores, 12 carros e 13 motocicletas roubadas, oito radiotransmissores e drogas.
Nas abordagens, os militares enviavam RG e foto das pessoas por um aplicativo para um setor de inteligência, que avaliava se havia antecedente criminal. Militares chegaram a impedir a reportagem de acompanhar o “fichamento”. Mais tarde, com a troca de oficial, foi liberada novamente.
O pedreiro Edvan Silva Monteiro, 47 anos, reclamou. “Estava saindo para o serviço apenas com a marmita. O pessoal do Exército disse que precisava ver meus documentos. Ao voltar para casa [para buscá-los], acabei me atrasando e fui dispensado por meu patrão”, disse.
O CML (Comando Militar do Leste) disse que o procedimento é “regular” e “legal”, e a finalidade é agilizar a checagem de dados junto aos bancos de dados da Secretaria de Segurança”. Afirmou ainda que apaga as fotos depois do envio e que essa é a forma mais rápida e com menos transtorno para checagem.