Alunos recebem grande sem chance de troca
Numeração errada e tamanho fora do padrão são falhas encontradas pelas famílias na capital
A Secretaria Municipal da Educação, da gestão de João Doria (PSDB), distribuiu uniformes com problemas para alunos das Emeis (Escolas Municipais Infantis) da capital. Numeração diferente da pedida pelos pais ou roupas para adolescentes entregues a crianças de quatro anos são alguns exemplos, segundo as famílias, que não conseguem fazer a troca nas escolas.
Ao procurar os colégios, mães e pais afirmam que foram orientados a tentar trocar entre si as roupas —nos outros anos, as escolas faziam se encarregavam disso. Neste ano, a prefeitura disse que distribuiu 647 mil kits (veja quadro). A gestão Doria não informou o custo total.
Sem alternativa, famílias criaram até uma página no Facebook, atualmente com 35 integrantes, para tentar encontrar o tamanho certo. O problema é que não há uniforme pequeno; todos são grandes demais, até os de numeração menor.
A operadora de telemarketing Yasmin de Mello de Lira, 23 anos, teve uma surpresa ao pegar o uniforme da filha Laura, 4 anos, na Emei José Duarte, em Cidade Líder, Itaquera (zona leste). “É número 10, mas parece roupa de adolescente”, afirma.
Segundo Yasmin, a tentativa de trocar o uniforme não deu em nada. No colégio, ela foi orientada a procurar entre outras mães uma roupa que servisse ou então entregar o ajuste a uma costureira. “Gastaria mais com uma costureira do que comprando uniforme”, diz. “Muitas famílias estão mandando os filhos para a escola com blusas abaixo do joelho”, diz.
Na Brasilândia (zona norte), a autônoma Thais Sobrinho Campos Vieira, 24 anos, pediu tamanho 6, e recebeu veio 8 para o filho Guilherme, 4 anos. O tênis 28 foi entregue um número maior. Além disso, o tamanho é desproporcional. “Chego até a colocar o número 8 nele, mas nesse caso não teve como. O sapato 29 também ficou grande”, fala.