Ex-diretor do Dersa é citado por
Engenheiro apontado como operador de propinas do PSDB na Lava Jato teria pedido suborno em obra
Apontado como operador de propinas do PSDB em São Paulo, o engenheiro Paulo Vieira de Souza pode virar recordista em menções em delações. Ele já foi citado por sete delatores da Lava Jato (da Odebrecht, Andrade Gutierrez e pelo operador Adir Assad), e aparece em depoimentos de outros três executivos da OAS e da Queiroz Galvão que negociam acordo com procuradores.
Todos acusam Souza, conhecido como Paulo Preto, de ter cobrado propina na obra do Rodoanel, realizada na gestão do tucano José Serra (2007-2010).
Documentos enviados de autoridades suíças apontam que Souza teve uma conta no país com R$ 113 milhões.
Os depoimentos dos dez executivos fazem parte do inquérito da Polícia Federal que tramita no Supremo Tribunal, do qual a reportagem obteve cópia.
O que os executivos contam é que Souza, diretor de engenharia da Dersa no governo Serra, pediu a dez empreiteiras que fizeram o trecho sul do Rodoanel suborno equivalente a 0,75% de tudo que elas recebessem. Como a obra custou R$ 3,5 bilhões em valores da época que foi Odebrecht Benedicto Junior* Roberto Cumplido* Carlos Armando Paschoal*
Luiz Eduardo Soares* Adir Assad* Andrade Gutierrez
Flávio Barra* Camargo Corrêa
Arnaldo Cumplido de Souza e Silva** OAS Léo Pinheiro** Carlos Henrique Barbosa Lemos** Queiroz Galvão
Carlos Alberto Mendes dos Santos** inaugurada, em abril de 2010, a propina de 0,75% seria de R$ 26,3 milhões.
Souza, segundo delatores, comunicou os empreiteiros que Serra exigia uma redução de custo de 4% no valor da obra, contratada em abril de 2006 por R$ 2,59 bilhões, o que implicou em queda de R$ 103,5 milhões no preço.
O contrato foi preparado na gestão de Geraldo Alckmin (PSDB), mas foi assinado quando Claudio Lembo assu- miu o governo porque Alckmin deixara o cargo para concorrer à Presidência.
Houve, no entanto, uma contrapartida ao preço menor, segundo os delatores: o governo permitiu que as empreiteiras obtivessem ganhos com a mudança do regime de contratação da obra.
O contrato previa pagamento por quilômetro de asfalto ou tonelada de pedra. Com o desconto de 4%, o regime foi a preço global.