Mais uma batalha na Previdência
A reforma da Previdência proposta pelo governo Michel Temer (MDB), pelo que tudo indica, não sai mais neste ano.
Com a intervenção federal no Rio, o Congresso fica impedido de alterar a Constituição. Além disso, há eleições pela frente, e os deputados e senadores não querem se meter num assunto tão espinhoso.
Só que o problema do crescimento dos gastos com aposentadorias não desapareceu, e muitos estados e prefeituras estão tendo de se virar para dar conta da situação.
Na cidade de São Paulo, a gestão tucana está propondo a elevação de 11% para 14% da alíquota da contribuição previdenciária dos servidores municipais.
A chiadeira é grande. Os professores, como se sabe, entraram em greve.
Dá para entender o lado dos trabalhadores. Eles têm todo o direito de questionar uma medida que vai diminuir sua renda.
Mas também há o lado da prefeitura, que afeta toda a população da cidade.
Os gastos com aposentadorias estão crescendo todos os anos e são bem maiores que as receitas com contribuições.
No ano passado, essa diferença chegou a R$ 4,7 bilhões, o que dá quase 10% da receita total do município (R$ 49,8 bilhões).
Se esse rombo continuar aumentando, vai acabar faltando grana para a educação e a saúde.
O projeto da prefeitura pode ser discutido e alterado, claro. Mas que alguma coisa precisa ser feita, precisa.
Quanto mais se demora para enfrentar o problema, maior a ameaça para os aposentados e os contribuintes no futuro.