Quintal tucano
O PSDB paulista escolheu o prefeito de São Paulo, João Doria, como candidato do partido ao governo do estado neste ano.
Doria ganhou de lavada, com 80% dos votos dos filiados. Muito mais do que os 44% que conseguiu quando disputou as prévias da eleição municipal, em 2016.
Não é que a turma considere o prefeito um fenômeno de boa administração. Sua popularidade na capital andou caindo nos últimos meses.
Também não é um sinal de prestígio com os caciques do partido.
O que pesou, na verdade, foi uma questão prática. Com poucas opções, Doria parece o nome mais capaz de dar à sigla seu sétimo mandato seguido no comando do governo estadual.
O retrospecto, como dá para notar, é favorável ao PSDB. Nas últimas três eleições paulistas, os candidatos tucanos levaram no primeiro turno.
Com tanto sucesso, alguma coisa de bom eles vêm fazendo. Um feito sempre lembrado é o conserto do Orçamento, que começou nos anos 1990 com Mário Covas.
Essa é uma das armas do governador Geraldo Alckmin, que pretende disputar a Presidência. Perto da quebradeira geral do país, São Paulo até que vai bem.
O que ninguém sabe é se o discurso de Alckmin vai funcionar fora do seu quintal. Ele já tentou o Planalto em 2006, quando perdeu para Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
É verdade que Lula deve ficar fora neste ano, mas o PT e seus aliados vão bater duro nas propostas de reformas e cortes de gastos.
É por isso o PSDB ainda mantém Doria, que é mais dado a confrontos políticos, como plano B para a eleição presidencial.