Êxodo de venezuelanos perturba vizinhos, diz Temer
Presidentes de Brasil e Colômbia voltaram a pedir ontem para que Caracas aceite ajuda humanitária
O êxodo decorrente da grave crise econômica e social na Venezuela perturba os países vizinhos, afirmou ontem o presidente Michel Temer após se reunir com o homólogo colombiano, Juan Manuel Santos, em Brasília.
Os dois reiteraram o pedido para que Caracas aceite a oferta de ajuda humanitária feita pelos governos da região e criticaram o regime de Nicolás Maduro, mas evitaram citar o venezuelano.
“Queremos a pacificação política na Venezuela, a democracia plena nas eleições e a não agressão aos que se opõem ao regime ora lá está constituído”, disse Temer.
A Venezuela deve ter eleições presidenciais em maio, após Maduro antecipar o pleito previsto para o fim do ano. Boa parte da oposição, porém, está impedida de concorrer e pede que governos vizinhos ajudem a negociar uma saída para a crise.
“Temos uma relação de Estado para Estado, o que não significa que nós patrocinemos o que está acontecendo na Venezuela sob o foco político”, afirmou Temer.
O presidente acrescentou também que “este êxodo venezuelano para o Brasil e para a Colômbia perturba os países da América Latina”.
O Brasil recebeu, segundo autoridades federais, cerca de 40 mil venezuelanos, a maioria em Roraima. A Colômbia, principal destino dos migrantes, recebeu cerca de meio milhão de pessoas.
Santos também abordou a crise no país vizinho e a consequente expulsão de venezuelanos para os dois países.
“Concordamos em trocar experiências para ajudar os venezuelanos que fogem da crise e buscar a melhor forma de lidar com essa situação inédita”, afirmou Santos.
O colombiano voltou a criticar o veto à entrada de ajuda humanitária por Caracas, que diz não ter crise.