Lava Jato quer ações contra Alckmin em 1ª instância
Força-tarefa pediu para investigações deixarem o STJ, já que tucano perdeu o foro especial
Depois de o tucano Geraldo Alckmin (PSDB) deixar o governo de São Paulo, na última sexta-feira, para se candidatar à Presidência da República, a força-tarefa da Operação Lava Jato nesse Estado pediu ao vice-procurador da República que as investigações sobre supostas propinas pagas ao tucano deixem de ser feitas no STJ (Superior Tribunal de Justiça) e passem para a primeira instância, em São Paulo.
O argumento da força-tarefa é que, ao abdicar do cargo, Alckmin deixou de ter foro especial, pelo qual só poderia ser investigado pelo STJ. A transferência da investigação depende de decisão desse tribunal.
O inquérito que está no STJ investiga se Alckmin recebeu R$ 10,7 milhões da Odebrecht, como afirmou a empresa em seu acordo de delação firmado no ano passado. Parte do montante teria sido entregue ao cunhado do ex-governador, o empresário Ademar César Ribeiro.
Os valores teriam sido entregues em 2010 e 2014 para campanhas eleitorais, de acordo com os delatores da Odebrecht.
A narrativa da suposta propina foi feita por três executivos da empreiteira: Benedicto Junior, Carlos Armando Paschoal e Arnaldo Cumplido de Souza e Silva.
Alckmin já negou enfaticamente que tenha recebido recursos ilegais da Odebrecht ou de qualquer outra empreiteira investigada na Operação Lava Jato. O seu cunhado não tem se pronunciado sobre o caso.
O inquérito para apurar o caso foi aberto em novembro do ano passado no STJ.
Mais rápido
Os procuradores da Operaçãolava Jato têm se batido contra o foro privilegiado sob a alegação de que as investigações em tribunais superiores são mais lentas do que na Justiça de primeira instância, o que resulta em impunidade porque os crimes acabam prescritos.
A reportagem tentou falar com a assessoria de Alckmin no começo da noite de ontem, sem sucesso.