Gestão vai usar Fipe em aluguel de creche
A gestão Bruno Covas (PSDB) anunciou ontem um pacote de medidas para tentar frear a indústria da creche que atua na capital com aluguel superfaturado de prédios, direcionamento de locadores e loteamento político nas entidades escolhidas para prestar os serviços. Entre as medidas está a adoção do índice Fipezap, para verificar se o aluguel das creches é o praticado no mercado.
O anúncio ocorre no mesmo dia em que reportagem mostrou a prática. Segundo o secretário municipal de Educação, Alexandre Schneider, o órgão responsável pelo índice aceitou dividir os dados.
A indústria das creches opera com unidades conveniadas. A assinatura de convênios com organizações sem fins lucrativos foi o modo que a atual e as últimas gestões encontraram para diminuir o déficit de creches —há 312 mil crianças de 0 a 3 anos matriculadas e outras 58 mil na fila. Pela modalidade, o município repassa um valor fixo por criança e um extra referente ao aluguel. A regra manda que, em caso de pagamento acima do valor de mercado, a entidade arcaria com a diferença, o que nem sempre acontece.
O secretário encaminhou ofício para a Controladoria no qual pede apuração dos casos. Entre eles, o de unidade na Cidade Ademar (zona sul), que teve aluguel triplicado em relação ao que era anunciado meses antes.