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Uso de celular e rede social ajudam cérebro de idosos

Procura por tecnologia cresce e ajuda memória e raciocínio de pessoas da terceira idade

- (FSP)

Estudos recentes mostram os efeitos positivos do uso de tecnologia por idosos na preservaçã­o e na ampliação das suas funções cognitivas, como memória, velocidade de resposta e raciocínio.

Mario Miguel, professor do departamen­to de fisiologia da Universida­de Federal do Rio Grande do Norte, diz que o contato com a informátic­a provoca inclusive aumento no hipocampo, área do cérebro fundamenta­l para a cognição e a memória, segundo estudo publicado em 2016.

O pesquisado­r diz que vêm crescendo entre os cientistas a recomendaç­ão de inserir a tecnologia no dia a dia. É justamente a proposta da professora Magali Rossini, 52, que há cinco anos dá aulas na Fundação Sérgio Contente para 6 turmas e 126 alunos acima de 60 anos —o mais velho já passou dos 90.

As aulas começam do básico: como usar o mouse. Por mais simples que pareça, é outra atividade com muito potencial para estimular o cérebro, diz o professor Miguel. “No curto prazo, só de aumentar o fluxo sanguíneo para a região do cérebro sob demanda já melhora o desempenho cognitivo. No longo prazo, isso gera plasticida­de em todas as áreas.”

O acesso a tecnologia e internet ainda é bem menor entre os mais velhos, em comparação com os mais novos, mostra pesquisa sobre hábitos e comportame­ntos feita pelo Datafolha. São 72% os brasileiro­s que possuem conta em rede social, porcentage­m que vai de 97% entre os com até 24 anos até 32% entre os com mais de 60. Mas a fatia mais que dobra quando o idoso é mais rico ou mais escolariza­do: 60% e 71%.

Depois de aprender a usar o mouse e digitar, os alunos de Magali aprendem a navegar na internet, criam seus endereços de e-mail e contas em redes sociais. “Parece que voltam a viver novamente, porque encontram amigos do passado, familiares que estão à distância e podem conversar. Eles se renovam 50 anos”, diz ela.

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Danilo Verpa/folhapress Herenice Cavalcanti, 68 anos, durante aula de informátic­a na Fundação Sergio Contente, que tem várias atividades voltadas para os mais velhos; 37% das pessoas acima dos 60 anos tem conta em rede social
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Pedro Ladeira - 12.jun.17/folhapress

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