Obras de arte do metrô estão abandonadas
As estações de metrô de São Paulo possuem 91 obras de arte, mas o vandalismo e a falta de conservação ameaçam trabalhos de artistas consagrados, como a instalação “Caleidoscópio”, de Amélia Toledo (1926-2017).
A obra, por 25 chapas de aço inox curvadas que formam um labirinto, ocupa 802 da estação Brás da linha 3vermelha. Quem faz o percurso se depara com a própria imagem distorcida, um efeito semelhante ao de um caleidoscópio, o que explica o nome da obra. Ela praticamente virou uma lousa para recados amorosos.
A reportagem conferiu de perto o estado de conservação de todas as obras de arte do metrô que, ao longo de quase 40 anos, vem se firmando como o maior museu subterrâneo da capital. São 91 obras de arte espalhadas pelas linhas 1-azul, 2-verde, 3-vermelha e 5-lilás.
Além do vandalismo, muitas peças definham pela ação da umidade, do abandono e da falta de ação coordenada da estatal do governo paulista para restaurá-las.
Nem Tomie Ohtake (19132015) escapou do descaso. O único trabalho da dama das artes plásticas do país na rede de metrô também padece.
Tomie assina as “Quatro Estações”, um conjunto de megapainéis multicoloridos que dão a sensação de movimento à parede cinza da estação Consolação, da linha 2verde. Inaugurada em 1991, a obra hoje escancara um abandono. Muitas pastilhas caíram sobre os trilhos e deixaram buracos visíveis. E há o problema da infiltração.
O panteão de artistas plásticos que assinam murais, painéis, óleos sobre tela e esculturas dão relevância à coleção. Uma nova obra é apresentada ao Metrô pelos próprios artistas, que assumem os custos de produção. A manutenção fica com a companhia. A primeira obra artística começou a ser feita em 1979, cinco anos após a companhia iniciar a operação.