Advogado é 3ª vítima de arrastão e tiroteio em ônibus
Ele foi baleado no peito em tiroteio entre PM de folga e bandido, que também morreram
O advogado Felipe Fuschi Amaro, 23 anos, foi a terceira vítima morta no arrastão a um trólebus, na divisa entre o Jabaquara (zona sul) e Diadema (ABC), anteontem à tarde. Um cabo da PM de folga que reagiu ao assalto e um bandido também morreram. Outras três pessoas ficaram feridas —o motorista do coletivo e dois passageiros. Um suspeito foi preso ontem.
Fuschi foi baleado no peito durante a troca de tiros entre o cabo Elton Ricardo Cunha, 38 anos, e o criminoso. De acordo com familiares, o advogado, que morava em Diadema, pegou o trólebus da EMTU (Empresa Metropolitana de Transporte Urbano) para ir comprar um celular. Ele era casado e deixa uma filha de nove meses.
A operadora de máquinas Ariana Alencar de Castro, 29 anos, prima de Fuschi, diz que ele havia se formado na FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas) no primeiro semestre de 2017. Há cerca de um mês, passou no exame da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). “Ele havia feito um estágio na Prefeitura de São Paulo e começaria semana que vem em um escritório de advocacia. Já havia comprado até a roupa para o trabalho novo. Ele queria abrir o próprio escritório”, disse. “Mas o maior sonho, mesmo, era ser delegado”, afirmou a prima.
Ontem, só um dos feridos estava internado —uma passageira baleada no abdome.
Segundo a polícia, dois assaltantes entraram no ônibus e anunciaram o roubo. Uma passageira se recusou a entregar a bolsa, e o PM, de acordo com testemunhas, aproveitou o momento para tentar render um criminoso.
O major Sérgio Ferraz, do 3º Batalhão da Polícia Militar Metropolitano, disse que os policiais são “orientados” como proceder em ocorrências durante as folgas. “A decisão de agir é do policial (de folga), a partir da leitura que ele faz da situação. No caso do assalto, o cabo viu que sua vida poderia estar em risco, pois os assaltantes estavam abordando individualmente as vítimas.”
Ontem, a polícia prendeu um suspeito. Segundo a polícia, o acusado, um ajudante de cozinha de 24 anos, foi identificado por imagens da câmera do ônibus.