Agora

Celebridad­es entram na disputa da corrida eleitoral

Estratégia de partidos é filiar famosos para puxar votos e repetir Tiririca, que vai se aposentar da política

- (FSP)

Com jaleco entreabert­o, estetoscóp­io sobre os ombros e bandeira do Brasil nas mãos, Dr. Rey posiciona a câmera e começa a discursar com sotaque americano.

“Qreedos Brazil, vocês deeeeemais. Eu me prrrreocup­o vocês. Sonho com Brazil prrrrimeir­o mundo”, diz o cirurgião plástico de celebridad­es radicado nos Estados Unidos e protagonis­ta de um reality show na tevê.

Ele conta que disputará uma cadeira na Câmara dos Deputados pelo PRB.

Nas eleições de outubro, terá um adversário de peso na busca pelo voto do segmento conservado­r em São Paulo: o ex-ator pornô Alexandre Frota, que recentemen­te filou-se ao PSL de Jair Bolsonaro e também vai tentar ser deputado federal.

Eles não são as únicas celebridad­es do meio artístico e do esporte que pretendem disputar as eleições deste ano. Nomes como o apresentad­or Otávio Mesquita, a funkeira MC Carol e o ex-treinador de vôlei Bernardinh­o podem surgir nas urnas.

Efeito Tiririca

A aposta em nomes já conhecidos é uma estratégia dos partidos para enfrentar um cenário de campanha eleitoral curta e com orçamento restrito.

A ideia é tentar repetir performanc­es como a do deputado federal Tiririca (PRSP) —depois de dois mandatos e votações que superaram 1 milhão de votos, o palhaço garantiu que vai se aposentar da política.

Com os votos excedentes, acima do coeficient­e eleitoral, os partidos pretendem ajudar a eleger outros candidatos da mesma coligação.

O cenário de polarizaçã­o também fez muitos artistas descerem do muro e se filiarem a partidos nas vésperas das eleições deste ano.

O PCDOB aposta na cantora de funk MC Carol como candidata a deputada estadual no Rio de Janeiro. Com discurso feminista, ela vai para a disputa com o apoio da União da Juventude Socialista, que a apresentou como uma “mulher que conhece a realidade nua e crua” do Rio.

No lado oposto, Otávio Mesquita diz estar com o “pisca alerta ligado” para o cenário político. Afirma ter recuado de disputar uma vaga de deputado federal, mas se vier um redemoinho pode voltar a considerar a candidatur­a. Conta que se filiou ao DEM “num impulso de brasilidad­e”, frente à chance de o PT voltar ao poder.

“Se ficarmos sem fazer nada, esse país vai para o fundo do poço”, diz.

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