Chegou o camisa 9
Com a confiança do técnico Fábio Carille, Roger é a aposta do Corinthians para ser o goleador dos sonhos
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O sonho de infância do campineiro Roger Rodrigues da Silva, aos 33 anos, se transformou em realidade.
Cigano do futebol, com currículo em 19 agremiações, o centroavante carrega uma pesada responsabilidade: substituir o atacante Jô, melhor jogador de 2017 no país e artilheiro do último Brasileirão, empatado com Henrique Dourado, ex-fluminense e agora no Flamengo.
Horas depois de assinar o contrato até o fim de 2019 no CT Joaquim Grava, o novo corintiano, ao ser apresentado, disse que não será o sucessor do ex-camisa 7, mas está pronto para encarar a forte pressão da Fiel torcida.
Roger estava no Internacional e foi liberado sem custos ao Corinthians. Na negociação, o clube emprestou o atacante Lucca ao Colorado até o meio de 2019, quando acaba o contrato dele.
Indicado pelo técnico Fábio Carille no ano passado, quando ele estava no Botafogo, o jogador aceitou uma proposta mais vantajosa do Inter, mas no Sul não conseguiu engrenar. As portas do alvinegro lhe abrem para um novo ciclo na carreira.
“Quero agradecer a Deus pela oportunidade, estou feliz de estar aqui realizando um sonho de criança, sem dúvida. É algo que eu sonhei lá na rua [de Campinas] com os amigos, e hoje estou realizando esse sonho.”
“Todo mundo tem sua história, o Jô tem uma história linda, é ídolo, foi artilheiro no ano passado. Até por isso não vim, porque a permanência dele era certa. Eu vim para trabalhar forte, sei que o time está pronto, acabou de ser campeão. Acho que não tenho que carregar esse peso de ter que substituir ou ser mais ou menos do que ele. Eu vim para ajudar essa rapaziada que está fazendo um grande trabalho e ser campeão, que é meu sonho e coroaria minha carreira.”
“O time está pronto, não tem muito do que ficar mexendo. Treinei aqui durante a semana, participei de alguns sem vocês, a intensidade é muito grande. A qualidade não precisamos nem falar, a equipe já demonstra. Tenho de aproveitar as oportunidades. O time está pronto, mas também estou pronto. Para domingo [amanhã, contra o Paraná] ainda não dá, mas para o outro domingo [contra o Atlético-mg] acho que vou estar apto a estar na convocação.”
“Eu imagino [os gols], claro, desde o momento que pisei aqui. Já que talvez possa ser fora de casa a minha estreia, só espero que saia logo, porque isso dá confiança e tranquilidade. Também dá confiança ao torcedor e uma resposta ao treinador.”
“Eu sou da época que eu me lembro do Marcelinho Carioca, depois teve o lance do Edílson na final contra o Palmeiras, também gosto do Vampeta, que sempre tira onde. O futebol é essa alegria. O futebol está muito chato, toda brincadeira gera comentário de briga, um nível muito forte de confusão. Gosto desses caras. Sou corintiano de criança, tenho carinho pela Ponte, que fiquei 17 anos lá, mas meu time de criança é o Corinthians e hoje realizo um sonho.”
“Eu deixei o Internacional por uma oportunidade de vir para o Corinthians. E por talvez não concordar com algumas coisas, coisas de jogo e de trabalho. Iniciei tendo uma sequência, mas não conseguia ter a confiança do treinador, de acabar um jogo e emendar o outro. Sabemos que um camisa 9 precisa disso. Quando teve a oportunidade de ter a troca, fui o primeiro a dizer sim, que queria vir. Não pela concorrência, mas pela oportunidade.”
“Nunca vi nada igual. [O CT Joaquim Grava] Ele me surpreendeu muito. Não só porque estou aqui, mas vocês já devem ter tido acesso. É algo que no Brasil ninguém tem, o jeito que desenvolve o atleta é muito bom, e olha que eu passei por grandes clubes. O Corinthians está à frente e isso faz diferença para o time. Tem tudo para recuperar o jogador muito mais rapidamente. E fora que esse grupo, a rapaziada, me recebeu muito bem. Estou em casa aqui. É um grupo maravilhoso.”
“Eu gostaria, não estou aqui fazendo lobby, mas sabemos que hoje tem ações de marketing, as coisas não são tão simples. Mas, se a [camisa] 9 estiver livre e o pessoal achar que eu mereço, vou fazer jus. Vou usar da melhor maneira possível.”
“Estou legal, saudável. Claro que [tumor no rim direito] me tirou de combate por uns meses e estou sentindo os reflexos até hoje. Estou tentando ganhar a confiança. Quando você está jogando, no Botafogo eu tinha moral, eu jogava e colocava a bola para a frente, você ganha confiança. Foi uma lição muito grande, não só para mim, mas todas as pessoas que passam por esse problema. Estou feliz, buscar a melhor forma.”
“É uma brincadeira sadia, é válida. Claro que o Carille até brincou, o pessoal falou, e eu não estou gordo, não. Eu nunca tive problema com peso. Acho um barato essa brincadeira.”
“Eu sou um cara extremamente otimista, sempre penso que vai dar certo. Eu olho para a frente, acredito que vai dar certo, já superei muitas coisas na vida. Tenho uma história de muita luta e superação, essa na verdade é uma história nossa, de todos que estão aqui. Acredito em um grande recomeço.”