Temer afirma ser alvo de uma perseguição criminosa
Irritado, presidente criticou vazamento de informações da PF de que teria lavado dinheiro com imóveis
Com os punhos cerrados golpeando o púlpito do Palácio do Planalto onde habitualmente discursa, o presidente Michel Temer disse ontem que é alvo de uma “perseguição criminosa disfarçada de investigação”.
Irritado com a divulgação pelo jornal Folha de S.paulo de que a primeira fase do inquérito dos Portos indica que ele utilizou imóveis próprios e de familiares, além de uma rede de amigos, para ocultar o recebimento de propina, Temer determinou uma investigação do suposto vazamento de informação.
Conduzido pela Polícia Federal, o inquérito investiga se o presidente editou um decreto que potencialmente favoreceu empresas do setor portuário. O caso tramita no Supremo Tribunal Federal.
O presidente ficou irritado com o fato de haver menção a seus familiares. “Como que a imprensa consegue essas informações? Eu duvido que a imprensa entre de madrugada, seja na Policia Federal, onde seja, para sorrateiramente ter acesso a esses dados. Alguém naturalmente vaza esses dados”, disse.
No início da noite de ontem, a PF anunciou a abertura do inquérito, que tramitará na Justiça Federal de Brasília. O ato foi feito após determinação do ministro Raul Jungmann (Segurança Pública), após ordem de Temer.
Em nota, o ministro disse “não ser admissível comprometer o legítimo direito de defesa e a presunção de inocência de qualquer cidadão ou do senhor presidente”.
Na próxima semana, a PF vai tomar o depoimento de Maristela, filha de Temer, sobre as reformas em sua casa. Fornecedores disseram ter recebido em dinheiro vivo de Maria Rita Fratezi, mulher do coronel João Baptista de Lima Filho, investigado na mesma ação. Todos negam ilegalidade.