Garota de 16 anos chegou grávida após ser expulsa de casa em Angola
Outra alegria do abrigo Casa Mais Um é Lorena (nome fictício), bebê de oito meses, filha de Neusa (nome fictício), que chegou ao Brasil em 2017, aos 16, vinda de Angola, grávida de sete meses. Foi expulsa de casa pelo pai, oficial do Exército, porque engravidou do namorado, que chegou ao país em outubro e já arrumou emprego.
Neusa recebeu ajuda da Igreja Católica para a passagem. Veio sozinha e foi para um hotel, onde perdeu o celular. Levada à Caritas Arquidiocesana, foi parar na Vila Nova Cachoeirinha.
Lorena nasceu com 4 kg e 215 gramas. “Fiz cesariana, foi tudo certinho”, diz a orgulhosa mãe do bebê que está sempre em seus braços. Quando vai para a escola —está no primeiro ano do ensino médio—, deixa Lorena com as assistentes sociais.
“Agora estou correndo atrás de creche porque quero trabalhar. Qualquer coisa que aparecer eu faço, já trabalhei como cabeleireira. Tenho agora uma criança para sustentar. Logo vou fazer 18 anos e terei que sair daqui”, vai contando.
Marcos (nome fictício), o namorado, lhe deu um celular de presente de casamento e já está procurando casa para alugar. “Vou sentir saudades do pessoal daqui. Ganhei uma nova família”, diz.
Os jovens refugiados de São Paulo vivem com dignidade e fazem planos. Neusa quer ser advogada.