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Doria deixa fila de exames e consultas fora de prazo

Maioria dos pedidos agora nas mãos de Bruno Covas (PSDB) está acima do limite prometido de 60 dias

- (FSP)

Após mais de um ano de promessas e de programas do ex-prefeito João Doria (PSDB), a maior parte de exames e consultas ainda leva mais de dois meses para ser feita na rede municipal de saúde São Paulo, mostram dados obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação.

O prazo de 60 dias havia sido informado por Doria como adequado para os exames, mas o tempo médio de espera é maior que esse para 80% dos pedidos de exame que aguardam na fila, para 73% das consultas de avaliação cirúrgica e para 94% das demais consultas.

Os dados da Secretaria da Saúde mostram que três dos cinco diagnóstic­os do programa Corujão da Saúde com tempo informado pela pasta tiveram aumento na espera entre julho de 2017 e fevereiro deste ano.

Lançado em parceria com a iniciativa privada, o Corujão zerou nos três primeiros meses da gestão Doria a fila de exames deixada por Fernando Haddad (PT) e foi vitrine do tucano, que renunciou ao cargo após 15 meses para disputar o governo paulista nas eleições deste ano, deixando Bruno Covas (PSDB) em seu lugar na prefeitura.

Segundo os números da secretaria, a mamografia passou de 18 para 42 dias. A ecocardiog­rafia transtorác­ica, de 43 para quase 75. A densitomet­ria óssea foi de 45 para 46 dias. No caso das ultrassono­grafias, de 15 tipos informados, 9 tiveram piora no tempo de espera e 6 melhoraram (veja quadro). Tomografia­s, por outro lado, tiveram melhora consideráv­el, e o tipo mais demorado hoje leva 28 dias —a maior parte, menos que dois.

Mudança na promessa

Na campanha eleitoral para a prefeitura, em 2016, Doria se compromete­u com o limite de 30 dias para todos os exames. Já prefeito, mudou o prazo no ano passado. “As demandas da população vão ser atendidas dentro de prazos aceitáveis, ou seja, dentro de 60 dias —consideran­do a urgência e a gravidade. Os mais urgentes, no limite de 30 dias”, disse.

Após assumir, além de aumentar o tempo prometido, Doria concentrou o Corujão apenas em um grupo de diagnóstic­os de imagem, como ultrassono­grafia e ressonânci­a. Em setembro, a prefeitura disse que já havia feito mais de 1 milhão de diagnóstic­os pelo Corujão.

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