Agora

Governo diz que nova CLT vale para todos

Parecer do governo defende validade da reforma trabalhist­a para contratos de antes e depois da lei

- (FSP)

O Ministério do Trabalho reconheceu que há uma controvérs­ia sobre a aplicação da reforma trabalhist­a e publicou um parecer para defender que a nova lei vale para todos os contratos em vigor. O texto foi divulgado ontem, no “Diário Oficial da União”. O documento diz que “a controvérs­ia se instaura em relação aos contratos em curso” e determina que a nova legislação deve ser aplicada de forma geral, abrangente e imediata a todos os contratos de trabalho, inclusive aqueles firmados antes da nova legislação.

Críticos à reforma trabalhist­a, como juízes do trabalho, sindicatos e o Ministério Público do Trabalho defendem que a nova lei só deveria valer para contratos firmados depois de novembro de 2017, quando a nova legislação entrou em vigor.

O argumento ganhou força no mês passado, quando a medida provisória que trazia mudanças na reforma trabalhist­a perdeu a validade. Isso porque o texto incluía a informação de que a nova lei deveria se aplicar também aos contratos vigentes.

Para o governo, contudo, a informação contida na medida provisória era “apenas a título de esclarecim­ento”, de acordo com o documento divulgado nesta terça-feira.

Desde que entrou em vigor, a reforma vem sendo contestada. Um dos principais pontos questionad­os é exatamente a aplicação da regra para todos os contratos. Esse é um dos trechos a serem esclarecid­os pelo TST (Tribunal Superior do Trabalho), que instalou uma comissão para avaliar a aplicação da nova lei. A medida provisória regulament­ava vários pontos da nova CLT, entre eles:

O profission­al só pode ser demitido e recontrata­do para trabalhar por hora após 180 dias (cerca de seis meses)

Não há limite de tempo para demitir e recontrata­r o empregado como intermiten­te

É preciso negociar com o sindicato da categoria a jornada de 12 horas de trabalho e 36 horas de descanso, com exceção da área da saúde

Na nova CLT, essa negociação pode ser individual

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