França aquece candidatura em encontro com prefeitos

Governador, que tenta a reeleição em outubro, tem reuniões fora da agenda pública

Desde que tomou posse, encontros com políticos ganharam espaço na agenda do governador Márcio França (PSB), mais receptiva do que a do antecessor Geraldo Alckmin (PSDB). França já registrou 148 compromissos em sua agenda. Em 23 deles esteve com prefeitos no Palácio dos Bandeirantes e em 19, com deputados —alguns, coincidentemente.

Em geral, os encontros tratam de transferência de recursos do estado para os municípios, com a assinatura de convênios, sobretudo, para recapeamento de asfalto.

Para o deputado estadual Roque Barbiere (PTB), França governador é uma “bênção”. Ele esteve com o governador em 2 de maio. A audiência não consta na agenda pública de França para aquela data. A reportagem localizou, por meio de publicações em redes sociais, outros cinco compromissos do governador com políticos que não foram publicados oficialmente.

O petebista gravou um vídeo ao lado do governador e do prefeito de Birigui, Cristiano Salmeirão, em que comemoram a liberação de

10/5

Antonio Colucci, exprefeito de Ilhabela

11/5

Cesar Herling, prefeito de Teodoro Sampaio

4/5

Vinicius Camarinha, ex-prefeito de Marília R$ 3 milhões para a compra de asfalto que irá recapear as ruas do município do noroeste paulista.

“Vou fazer comício em todas as cidades. Antes disso, ele autorizou o recape”, afirma o petebista , que ainda se compromete a fazer “cobrança para que ele continue aqui [no Bandeirantes]”.

Em abril, o governador publicou dois decretos que encurtaram o caminho e o prazo para a transferência de recursos aos municípios, por meio de convênios. A prioridade do recapeamento de vias se deve à pressa de França em se tornar conhecido pelo eleitorado. Ele é conhecido por 9% dos paulistas e tem 8% de intenção de votos, segundo pesquisa Datafolha divulgada em abril.

França também precisa correr contra o calendário: em 6 de julho, a Justiça Eleitoral passa a restringir o início de obras e repasses dos estados aos municípios.

“Construir um ginásio de esporte depende de projeto e de engenharia. Demora, não dá tempo. Recapeamento e recurso para a saúde foi como ficou mais fácil de poder auxiliar os prefeitos neste momento”, diz Roque Barbiere.