Operação contra pornografia infantil prende 251 no país
Detidos são pessoas ‘acima de qualquer suspeita’, afirma polícia. Há advogados e aposentados
Ao menos 251 pessoas presas em flagrante ontem em uma operação de combate à distribuição de pornografia infantil na internet. Do total de presos, 76 são do estado de São Paulo. Policiais civis de 24 estados e do Distrito Federal saíram às ruas para cumprir 579 mandados de busca e apreensão, em ação coordenada pelo Ministério da Segurança Pública.
Os suspeitos foram monitorados nos últimos quatro meses pela diretoria de inteligência da Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública) com base em dados coletados em ambientes virtuais, como na chamada “deep web” —área da internet cujo conteúdo fica fora do alcance de mecanismos de busca tradicionais, como o Google, e que abriga na maior parte das vezes conteúdo ilegal.
Foram analisados mais de 1 milhão de arquivos. “De todos esses alvos, todos estavam com quantidade considerável de arquivos armazenados. O mínimo foram 150 arquivos baixados, e ninguém baixa 150 arquivos sem querer. Mas tem alguns com 50 mil, 80 mil e até mais de 200 mil arquivos armazenados”, disse o coordenador de laboratório de inteligência cibernética da Senasp, Alessandro Barreto.
Entre os presos, há casos de suspeitos que já haviam sido detidos em operações anteriores —caso de um técnico de enfermagem que já havia sido preso em 2017 em ação em São Paulo.
“Temos casos de mulheres presas, advogados, profissionais de saúde, educadores. São pessoas acima de qualquer suspeita, e de vários perfis e de várias idades, de 20 a 60 anos”, diz Barreto. Há ainda aposentados entre os detidos. Atualmente, as penas por armazenamento e compartilhamento de pornografia infantil variam de um a seis anos de prisão. Já a produção de imagens tem pena de quatro a oito anos de prisão.