Falta trabalho no país para 27,7 milhões, afirma IBGE
Taxa de subocupação é a maior desde o início da pesquisa, em 2012; 4,6 milhões estão desanimados
A subutilização da força de trabalho, que inclui desempregados, pessoas que gostariam de trabalhar mais e os que desistiram de buscar emprego, bateu recorde no primeiro trimestre de 2018.
Ao todo, há 27,7 milhões de trabalhadores nesta condição no país, o que representa 24,7%, segundo dados divulgados ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O número é o maior desde o início da série histórica da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios), em 2012. Do total, 13,7 milhões estão desempregados, ou seja, são pessoas que procuram emprego, mas não encontram.
A taxa de desempregados caiu em relação ao ano passado. São 489 mil pessoas a menos nesse grupo ante o primeiro trimestre de 2017. A maioria das pessoas está desempregada há menos de um ano (6,3 milhões), porém 22% buscam recolocação há mais de dois anos. estão desempregados são consideradas desanimadas gostariam de trabalhar mais não têm disponibilidade
O coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, explica que, apesar de o número de desempregados ter caído 3,4% no período, o cenário é preocupante. “Essa redução do desemprego se dá em função do aumento das outras formas de subutilização. Isso mostra o quão importante é levantar essas medidas, ainda mais quando sabemos que o perfil das pessoas desalentadas está focado entre a população de baixa renda, jovens, pretos e pardos.”
A população subocupada— que trabalha menos de 40 horas e gostaria de trabalhar mais— cresceu 17,8%, e a força potencial, 10%. Azeredo destaca o crescimento dos desanimados, de 12,4% no período.