Juíza substituta de Moro manda prender José Dirceu
Ex-ministro, perdeu último recurso em segunda instância; ele foi condenado há mais de 30 anos
A 13ª Vara Federal expediu um mandado de prisão contra o ex-ministro petista José Dirceu na noite de ontem. Mais cedo, ele teve o último recurso negado no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, que se manifestou pela execução provisória da pena.
Como o juiz Sergio Moro, titular da vara, viajou aos Estados Unidos, o mandado de prisão foi assinado pela juíza Gabriela Hardt.
A magistrada determinou que o ex-ministro se apresente à carceragem da Polícia Federal em Brasília até as 17h de hoje.
Em seguida, ele deverá ser encaminhado ao Complexo Médico Penal, no Paraná, onde há uma ala reservada aos presos da Lava Jato.
Em setembro de 2017, Dirceu teve sua pena aumentada na segunda instância para 30 anos e 9 meses por corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Ele chegou a ser preso preventivamente em agosto de 2015, mas teve habeas corpus concedido pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em maio de 2017.
Denúncia
Dirceu é acusado de ter recebido R$ 12 milhões em propina da Engevix por meio de contratos superfaturados com a diretoria de serviços da Petrobras, encabeçada por Renato Duque.
Parte da propina, segundo a denúncia da Procuradoria, foi destinada ao PT, que dava sustentação política para que Duque permanecesse no cargo. Ainda de acordo com os procuradores, o ex-ministro recebeu vantagens indevidas por ter sido responsável pela indicação e manutenção de Duque na diretoria.
Segundo o MPF, a propina foi repassada de 2005 a 2014. Metade ficaria aos agentes da estatal e a outra para o PT, sendo parcelas dessa metade destinadas para agentes específicos, como Dirceu. As vantagens indevidas teriam sido repassadas com a ajuda do operador Milton Pascowitch e sua empresa, a Jamp, por meio da simulação de contratos de consultoria com a Engevix no total de R$ 54 milhões.