Sob desconfiança, Venezuela elege presidente hoje
Oposição, que lidera pesquisas, desconfia que Nicolás Maduro não aceitará uma eventual derrota
“Eu, aqui, diante de vocês, declaro que respeitarei o resultado seja ele qual for, neste domingo, 20 de maio”, prometeu o ditador venezuelano, Nicolás Maduro, no encerramento de campanha, na quinta-feira.
Dividida entre votar ou não na eleição presidencial de hoje, a oposição desconfia de que o chavismo não aceitará a derrota caso o candidato Henri Falcón, favorito segundo pesquisas eleitorais, triunfe no pleito de hoje.
“Para alguns, Falcón se converteu na esperança de sair de Maduro pela via pacífica e democrática”, diz Xabier Coscojuela, diretor do jornal oposicionista Talcual.
A Venezuela vai às urnas em profunda crise econômica e sob crescente pressão dos EUA e de outros governos que apoiam o boicote da oposição e afirmam que não reconhecerão os resultados.
Neste clima de apatia, 20,5 dos 30,6 milhões de venezuelanos estão registrados para votar, em apenas um turno, e definir o presidente para um mandato de seis anos, que começará em janeiro de 2019, pois as eleições, tradicionalmente em dezembro foram antecipadas pelo governo.
Desafio
Mas a economia é o principal desafio a ser encarado. Durante o governo de Maduro, a Venezuela caiu em uma de suas piores crises, com uma retração econômica de 15% e a previsão de hiperinflação de 13.800% para este ano, segundo o FMI (Fundo Monetário Internacional).
Durante a campanha, Falcón teve como principal lema a dolarização como resposta para estancar a maior inflação do mundo.