Dia de transtornos e aflições
O direito à greve existe em qualquer país democrático e está consagrado na nossa Constituição. Mas isso não quer dizer que trabalhadores possam prejudicar toda a população para conseguir o que querem.
Esta quinta-feira (24) foi um dia de transtornos e aflições para muitos brasileiros, que sofreram as consequências dos excessos da greve dos caminhoneiros.
Faltou combustível e sobrou fila em postos de São Paulo, Rio de Janeiro e outros estados. Na capital paulista, foi preciso reduzir a operação dos ônibus e suspender a coleta de lixo; o transporte de alimentos foi prejudicado em todo o país.
Como já haviam feito em outros governos, os caminhoneiros bloqueiam estradas e provocam o desabastecimento para terem suas reivindicações atendidas. É um abuso claro, que deveria ser punido.
Mas, em vez disso, o governo e o Congresso, que estão bem desmoralizados, baixaram a cabeça. Estão correndo para cumprir as exigências da categoria.
Menos mal que, com o congelamento do preço do diesel e a promessa de baixar os impostos sobre os derivados de petróleo, eles conseguiram uma trégua.
É verdade que os caminhoneiros sofrem mais com a carestia dos combustíveis. Mas esse não é um problema que deva ser resolvido de um dia para o outro.
Reduzir tributos significa menos grana para a educação, a saúde e a segurança pública. Todos os cidadãos seriam afetados.
É coisa para ser negociada com cuidado e atenção aos interesses da população, não na base da pressa em obedecer a quem pode mais.