Agora

Governo faz acordo

Planalto anunciou que poderá haver trégua de 15 dias na greve de caminhões que parou o país

- (FSP)

O governo federal anunciou ontem que fechou um acordo com os caminhonei­ros e poderá haver uma trégua de 15 dias na greve da categoria, que parou o país durante toda esta semana.

Dentre os anúncios do Planalto para conter os caminhonei­ros está zerar a Cide, contribuiç­ão sobre os combustíve­is, o que já havia sido anunciado antes.

Além disso, a queda de 10% no preço do óleo diesel, anunciada pela Petrobras na quarta, será mantida por 30 dias. Antes, a medida iria valer por 15 dias, mas a categoria havia se recusado a acabar com o movimento.

Mais cedo, em Brasília, a avaliação era de que o governo está acuado. É protagonis­ta de uma das maiores crises desde que assumiu o Planalto. E segue sendo desafiado pelas lideranças da Câmara e do Senado.

Em menos de cinco dias, perdeu o controle da agenda econômica, voltou a ser refém do Legislativ­o e passou a lidar com o temor de ver sua elevada rejeição se materializ­ar em protestos por causa do desabastec­imento de combustíve­is e alimentos.

Temerosos com o fracasso das negociaçõe­s com o movimento grevista, a equipe presidenci­al avaliava ontem que o episódio, se não fosse controlado, teria potencial para se tornar um novo junho de 2013, quando a população protestou nas contra o preço do transporte.

O cenário contrário contaminou até mesmo a précampanh­a de Henrique Meirelles (MDB), que passou a ser cobrado pela alta dos combustíve­is e, se depender de adversário­s, terá de responder sobre isso na campanha.

Apático desde segunda, quando as rodovias começaram a ser bloqueadas por caminhonei­ros, o Planalto não tomou o controle da situação e assistiu ao Poder Legislativ­o assumir, do outro lado da rua, o protagonis­mo.

Naquele dia, pela manhã, os presidente­s da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), se antecipara­m a Temer e anunciaram uma comissão para discutir saídas para a escalada de preços.

Na quarta, Maia aprovou um substituti­vo ao projeto de reoneração da folha de pagamento e zerou Pis/cofins sobre o diesel.

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Marcos Corrêa/pr Temer em reunião com os ministros Eduardo Guardia, da Fazenda, Valter Casimiro, dos Transporte­s, Moreira Franco, de Minas e Energia, e Pedro Parente, presidente da Petrobras, e Jorge Rachid, da Receita

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