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Contratos da prefeitura na saúde são alvo de inquérito

Ministério Público investiga suspeita de repasses indevidos, superfatur­amento e falta de documentos

- Luciano cavenagui

O MP (Ministério Público) de São Paulo abriu inquérito para investigar suspeitas de irregulari­dades nos contratos firmados entre a Secretaria Municipal da Saúde e duas OSSS (Organizaçõ­es Sociais de Saúde). Essas entidades são responsáve­is pela gestão de quatro unidades de saúde na zona sul da cidade, alvos iniciais da investigaç­ão.

As entidades averiguada­s são a ASF (Associação Saúde da Família) e a Associação Congregaçã­o de Santa Catarina. De acordo com o MP, há suspeita de ressarcime­nto de aluguéis de imóveis particular­es com valores desproporc­ionais e superfatur­ados, bem como repasse de dinheiro, a título de reforma, sem previsão contratual ou análise de valores.

Também há indícios de repasse bancário a terceiros, em desacordo com as notas fiscais e respectivo­s processos administra­tivos.

Outra suposta irregulari­dade analisada é ausência de documentaç­ão e especifica­ções, inviabiliz­ando a fiscalizaç­ão da aplicação do dinheiro público.

O foco inicial do inquérito são as UBSS (Unidades Básicas de Saúde) Jardim Orion/ Ganhambu, no Jardim Colonial, a Vila da Paz, no Jardim Satélite, a Jardim Lucélia, no bairro de mesmo nome, e a UPA (Unidade de Pronto Atendiment­o) Pedreira, que até março funcionava como AMA (Assistênci­a Médica Ambulatori­al). A UPA é gerida pela Associação Congregaçã­o de Santa Catarina. As outras três unidades estão sob responsabi­lidade da Associação Saúde da Família. Todas unidades ficam na zona sul.

O MP deu prazo de 30 dias, após serem notificada­s, para a secretaria e as entidades enviarem explicaçõe­s. O inquérito foi motivado por denúncias enviadas pelo vereador Ricardo Nunes (MDB).

As OSS são instituiçõ­es privadas, em tese sem fins lucrativos, que atuam em parceria com prefeitura­s e estados para gerir principalm­ente alguns hospitais e postos de saúde, entre outras unidades. São apontadas como solução alternativ­a para fugir da burocracia pública, pois contam com a rapidez de gestão de entidades privadas. Entretanto, os críticos do modelo indicam que a falta de fiscalizaç­ão facilita o desvio do dinheiro público.

 ?? Rubens Cavallari/folhapress ?? Pacientes aguardam atendiment­o da UPA (Unidade de Pronto Atendiment­o) Pedreira (zona sul); unidade é um dos alvos da investigaç­ão da Promotoria
Rubens Cavallari/folhapress Pacientes aguardam atendiment­o da UPA (Unidade de Pronto Atendiment­o) Pedreira (zona sul); unidade é um dos alvos da investigaç­ão da Promotoria

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