Caminhoneiros voltam ao Planalto com mais exigências
Manifestantes só vão parar a greve quando governo publicar as medidas prometidas e baixar mais o diesel
Representantes de caminhoneiros autônomos que não assinaram o acordo com o governo na semana passada voltaram ao Palácio do Planalto ontem para negociar uma pauta mais extensa e para avisar que o fim da greve só virá quando as promessas forem publicadas no “Diário Oficial da União”.
“O setor vive de promessas há 19 anos, desde a greve de 1999 e, de fato, o setor nunca foi atendido como deveria. Nenhum acordo que firmarmos hoje terá validade sem antes isso se tornar público nos meios oficiais do governo”, disse Gilson Baitaca, do MTG (Movimento dos Transportadores de Grãos).
“Não há desmobilização agora sem ter o que a categoria diz na rua. Estamos cansados de promessa e nenhuma efetividade”, reforçou Carlos Alberto Dahmer, presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Ijuí, no Rio Grande do Sul.
Além dos 12 itens prometidos pelo Planalto na semana passada, os caminhoneiros querem que o governo zere PIS, Cofins e Cide do diesel, edite uma medida provisória —que tem aplicação imediata— para regular os preços de fretes rodoviários, volte ao preço do diesel de julho de 2017 e o congele por 90 dias. No acordo firmado na quinta, o governo se comprometeu em reservar 30% do frete da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) para eles, que também querem cerca de um terço do transporte da Petrobras e dos Correios.
São Paulo
Em São Paulo, o governador Márcio França (PSB) disse que adiou de terça para quinta a reunião com os caminhoneiros, pois Temer não conseguiu garantir 60 dias de congelamento do diesel.
França afirmou que negociou um desconto de R$ 0,46 para o diesel nas refinarias, mas ainda não conseguiu passar a oferta para os caminhoneiros de São Paulo. Por telefone, o ministro Carlos Marun disse a França que conseguiria o desconto.