Na Régis, grevistas misturam euforia de ‘mudar o país’ com reivindicações
Os manifestantes na rodovia Régis Bittencourt (SP), em sua maioria caminhoneiros, além de simpatizantes como motoristas de van e famílias vestidas de verde e amarelo, têm reivindicações específicas da categoria, mas também demonstram euforia sobre “mudar o país” e “tirar os corruptos do poder”.
Ontem, caminhoneiros mantiveram o ato na rodovia, que tinha trânsito livre para carros. Eles ocuparam parte das pistas nos dois sentidos e escolhiam quais caminhões podiam ou não passar. Carga viva, remédio, insumos hospitalares podem seguir viagem, diziam.
Além da pauta sobre o preço do combustível, do frete e do pedágio, caminhoneiros reunidos na rodovia paulista são contra o governo de Michel Temer (MDB) e “a corrupção”. Muitos são entusiastas do que chamam de intervenção militar.
Os caminhoneiros enfatizam que não têm líderes, mas tampouco há um consenso claro sobre as reivindicações. Três pautas principais foram enumeradas: zerar o Pis/cofins sobre todos os combustíveis, não só o diesel; tabelar, com um preço mínimo, o valor dos fretes; e isenção da cobrança de pedágio do eixo erguido.
A taxa do pedágio é cobrada por eixo e pode chegar a R$ 20 cada, em São Paulo, segundo os manifestantes.
Atendidas essas condições, os caminhoneiros dizem que liberam a estrada. Mas não basta um acordo verbal, afirmam. Eles querem que as decisões sejam documentadas e efetivas.
A reclamação geral é de que, com o aumento do pedágio e combustível, eles tiveram uma perda significativa de poder aquisitivo.
Na Régis, as doações de alimentos e cobertores não param de chegar.