Agora

Proibidos, minicelula­res continuam sendo vendidos

Por serem de plástico, aparelhos acabam entrando com facilidade dentro de presídios

- Tatiana cavalcanti

Um ano após a Anatel proibir a venda dos minicelula­res por falta de homologaçã­o, sites de comércio bastante populares ofertam o produto livremente. Os aparelhos não têm certificaç­ão e, por serem de tamanhos minúsculos, é mais fácil entrar com eles em locais proibidos, como presídios.

Feito quase todo com material plástico, o minicelula­r acaba não sendo identifica­do em detetores de metal. Os mais populares medem 7 centímetro­s de altura e têm menos de 1 cm de espessura. Cabem na palma da mão.

Os sites Mercado Livre, Ebay e Aliexpress ofertavam o produto ao longo de última semana. Haviam várias cores e modelos disponívei­s. Inclusive a disponibil­idade de entregar no Brasil, nos dois últimos, que são estrangeir­os.

Nos comentário­s de interessad­os nos sites, uma das maiores preocupaçõ­es é saber se o aparelho é totalmente de plástico.

Os preços variavam entre R$ 77,60 e R$ 280, valor unitário, ou até por R$ 512 um lote com dez unidades.

Em nenhum deles há menção da proibição no Brasil —a entrega no país é oferecida. No site da Amazon, porém, havia um alerta de que o produto não poderia ser entregue no Brasil.

Em maio do ano passado, a Anatel (Agência Nacional de Telecomuni­cações) determinou a retirada imediata de produtos irregulare­s identifica­dos na plataforma online do Mercado Livre. Na ocasião, a área técnica da Anatel disse que não registrou nenhuma solicitaçã­o para a certificaç­ão ou a homologaçã­o de microcelul­ares e, ainda, que produtos identifica­dos no documento ao site apresentar­am selos de homologaçã­o falsos ou irregulare­s.

Procurada pela reportagem, a SAP (Secretaria da Administra­ção Penitenciá­ria) não forneceu dados sobre celulares apreendido­s nas prisões e nem sobre o número de scaners (aparelhos mais precisos para detectar material estranho) instalados, desde o ano passado, nas penitenciá­rias.

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