Parques e represa viram alternativa ao paulistano
Indefinição sobre a crise dos combustíveis e o medo de ficar na estrada pesaram na decisão de ficar em SP
O feriado prolongado de Corpus Christi não animou o paulistano a pegar a estrada para ir ao litoral, após greve dos caminhoneiros que durou mais de uma semana e deixou os postos sem combustíveis. Com medo de sofrer uma pane seca e ficar com o carro parado no meio do caminho, a alternativa, ontem, foi buscar lazer em parques e até mesmo em uma represa da capital.
O motorista de ônibus Patrick Araújo Santos, 33 anos, soube na quarta-feira que teria uma folga de três dias devido a greve dos caminhoneiros e, como não conseguiria viajar, decidiu levar a filha, Beatriz Araújo, 8, para aprender andar de bicicleta sem roda no parque Praia do Sol, na represa de Guarapiranga (zona sul de SP).
“Soube da folga em cima da hora. Por isso não deu tempo para planejar e viajar à Praia Grande. Também fiquei com medo de não ter gasolina para voltar para casa e então decidi aproveitar essa oportunidade para ficar com a minha filha no lugar que venho desde criança.”
Em um posto de combustíveis ao lado da prainha do Riacho Grande, em São Bernardo do Campo (ABC), a fila de carros para abastecer chegou à rodovia Anchieta.
Enquanto isso, na prainha comerciantes reclamavam da falta de turistas, que normalmente lotam os restaurantes do local na hora do almoço. Mas ontem, por volta das 14h, quando normalmente há fila de espera, o que mais se via eram cadeiras vazias. “Na quinta-feira, feriado, já foi fraco por causa da paralisação. Esse horário aqui normalmente já bomba no feriado. A greve sumiu com os turistas”, disse a garçonete Fernanda Vieira, 29.
Mas havia famílias aproveitando o sol de inverno para entrar na água. Outras apenas observavam.
O empresário Ticiano Neves, 36, decidiu levar a mulher, a empresária Thaís Sarlo, 34, e a filha Giulia, 11, para conhecer a prainha ontem. “Somos de Guarulhos e temos restaurante em Nazaré Paulista. Mas, como um movimento lá estava fraco, decidimos vir conhecer este local e aproveitamos para passear em família”, disse.
Por causa da greve, o DER (Departamento de Estradas de Rodagem) e as concessionárias que administram as estradas não divulgaram qual era a previsão de carros que deixariam a capital nem quantos deixaram.