Cavaleiros no Facebook
Nem sempre é fácil acompanhar o raciocínio de Roger Machado. Em sua boca, até os conceitos mais simples do futebol ganham palavras empoladas, afetadas por um treinador que não parece ter na comunicação sua maior qualidade.
O comandante do Palmeiras foi claro, porém, ao menos para seus padrões, ao comentar a relação entre os membros de sua classe. E ao explicar que o contato por mensagens de celular não os torna necessariamente mais próximos.
“O Whatsapp, as redes sociais, muitas vezes, aproximam quem está longe, mas afastam quem está perto. Por vezes, você tem contato com um amigo que está longe e usa o mecanismo. Mas, quando está perto, você se vale do mesmo mecanismo e não o encontra para conversar”, disse o gaúcho.
Não chega a ser uma constatação genial. Basta olhar ao redor, e você verá pessoas mergulhadas no telefone, mesmo que acompanhadas de outras —também hipnotizadas por seu brinquedinho.
A mania está tomando proporções ridículas. Nas arquibancadas, torcedores deixam de ver gols reais porque estão perdidos no mundo virtual.
A epidemia é mundial. Na NBA, a liga norteamericana de basquete, tida como exemplo de organização e seriedade, um dirigente está sendo investigado por supostos tuítes-fantasmas.
Bryan Colangelo, diretor do Philadelphia 76ers, é acusado de criar contas anônimas no Twitter para criticar os próprios jogadores. E elogiar o seu trabalho à frente do time.
Ele nega, mas o simples fato de haver uma investigação em curso mostra o nível da estupidez. Os cavaleiros do apocalipse só não estão em marcha porque devem estar ocupados no Facebook.
Você, ao menos, largou o telefone para ler esta página. Ou será que recebeu o texto pelo Whatsapp? Compartilhe!