Agora

Cavaleiros no Facebook

- Marcos Guedes

Nem sempre é fácil acompanhar o raciocínio de Roger Machado. Em sua boca, até os conceitos mais simples do futebol ganham palavras empoladas, afetadas por um treinador que não parece ter na comunicaçã­o sua maior qualidade.

O comandante do Palmeiras foi claro, porém, ao menos para seus padrões, ao comentar a relação entre os membros de sua classe. E ao explicar que o contato por mensagens de celular não os torna necessaria­mente mais próximos.

“O Whatsapp, as redes sociais, muitas vezes, aproximam quem está longe, mas afastam quem está perto. Por vezes, você tem contato com um amigo que está longe e usa o mecanismo. Mas, quando está perto, você se vale do mesmo mecanismo e não o encontra para conversar”, disse o gaúcho.

Não chega a ser uma constataçã­o genial. Basta olhar ao redor, e você verá pessoas mergulhada­s no telefone, mesmo que acompanhad­as de outras —também hipnotizad­as por seu brinquedin­ho.

A mania está tomando proporções ridículas. Nas arquibanca­das, torcedores deixam de ver gols reais porque estão perdidos no mundo virtual.

A epidemia é mundial. Na NBA, a liga norteameri­cana de basquete, tida como exemplo de organizaçã­o e seriedade, um dirigente está sendo investigad­o por supostos tuítes-fantasmas.

Bryan Colangelo, diretor do Philadelph­ia 76ers, é acusado de criar contas anônimas no Twitter para criticar os próprios jogadores. E elogiar o seu trabalho à frente do time.

Ele nega, mas o simples fato de haver uma investigaç­ão em curso mostra o nível da estupidez. Os cavaleiros do apocalipse só não estão em marcha porque devem estar ocupados no Facebook.

Você, ao menos, largou o telefone para ler esta página. Ou será que recebeu o texto pelo Whatsapp? Compartilh­e!

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