Vereadores querem um parque no Bexiga
Depois da decisão que permite a construção de três prédios de cem metros de altura cada no terreno que fica ao redor do Teatro Oficina, no Bexiga (região central), a Câmara Municipal de São Paulo deve votar hoje, em primeira instância, um projeto de lei para que seja construído o Parque do Bexiga no local.
Para virar lei, o projeto precisará ser aprovado também em segunda instância e depois ser sancionado pelo prefeito Bruno Covas (PSDB).
“Eu não conheço um vereador que é contra o projeto. O Bexiga é um dos bairros com mais pessoas por metro quadrado em São Paulo e não tem nenhuma área livre, nenhuma área verde. Com a criação do Parque do Bexiga, a população vai ter 11 mil metros quadrados para usufruir”, alegou o vereador Gilberto Natalini (PV).
Segundo o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), o processo atende às normas relativas ao processo de tombamento e o parecer favorável à construção dos prédios trata estritamente ao que se refere às delimitações de suas áreas de entorno e tombamento.
Este é mais um capítulo da briga entre o dramaturgo José Celso Martínez Corrêa, o Zé Celso, diretor da companhia teatral, e Silvio Santos, dono do SBT, que dura 37 anos.
“Nós vamos fazer o que estamos fazendo há 30 anos, resistir”, afirma Márcio Sotelo, advogado do Teatro Oficina. “Vamos entrar com um recurso administrativo no Iphan ainda esta semana e vamos comunicar o Ministério Público Estadual e Federal”, diz o advogado.
“Se for preciso, vamos à justiça comum para preservar o patrimônio cultural, histórico e artístico do Oficina”, promete o advogado.