Vídeo muda 9 de 11 lances interpretativos
O uso da tecnologia VAR (árbitro de vídeo) pela primeira vez em uma Copa não acabou com as polêmicas.
Um levantamento feito pela reportagem após 40 jogos até agora no torneio mostrou o uso do recurso em 17 oportunidades. Em 11 delas, questões de interpretação do árbitro em campo definiram o desfecho —em todos eles, sempre usando o monitor ao lado do gramado. Em 9 das 11, a decisão inicial do árbitro foi alterada em seguida.
Um exemplo aconteceu no empate entre Portugal e Irã. O paraguaio Enrique Cáceres não notou um tapa de Cristiano Ronaldo em um adversário. Foi avisado pelo ponto eletrônico, correu para o monitor e, aí sim, resolveu amarelar o português.
Na primeira rodada, um pênalti Griezmann só foi assinalado após o árbitro avaliar que o zagueiro australiano acertou o francês antes de desviar a bola. Em compensação, na vitória da Argentina sobre a Nigéria, a avaliação inicial persistiu. Foi claro o toque de mão de Rojo na área. O turco Cüneyt Çakir não viu, mas foi avisado de uma possível infração, correu para o monitor e resolveu não assinalar a penalidade a favor dos nigerianos. No retorno ao gramado, explicou a Mikel que, em sua interpretação, o toque da bola na cabeça antes de chegar ao braço era o necessário para não apontar a marca da cal.
O uso do monitor sempre ocorreu desde que o VAR foi usado pela primeira vez pela Fifa, no Mundial de Clubes de 2016. Porém, houve mudança de protocolo na Rússia. Agora, em apenas algumas situações o juiz pode consultar o replay: impedimento de jogadores em lances de gol; e faltas que levem a um gol, à marcação de penal ou que possam gerar expulsão com vermelho direto.
A Fifa, em nota, disse que está “extremamente satisfeita com o nível de arbitragem e o sucesso na implementação do VAR”.