Prevenção é melhor forma de evitar as crises de enxaqueca
Alimentação errada, estresse e abuso de analgésicos estão entre os gatilhos da doença na população
Mais que uma simples dor de cabeça, a enxaqueca pode ser acionada por vários “gatilhos”, que vão desde a alimentação inadequada até o estresse e o uso excessivo de analgésicos.
A enxaqueca é diagnosticada quando ocorrem crises recorrentes de dor de cabeça, mesmo sem haver uma lesão no cérebro. “As causas são indefinidas, mas fatores genéticos, hormonais e estímulos externos do ambiente são importantes no surgimento das crises”, afirma o médico Fabio Porto, neurologista do Hospital das Clínicas de São Paulo.
Segundo o especialista, a teoria mais aceita é de que ocorra uma falha aguda dos mecanismos analgésicos no sistema trigeminal (nervos da cabeça e pescoço). Uma inflamação provocada por alteração nos neurotransmissores, sem lesão, também pode ser a causadora.
Para se livrar da enxaqueca, é importante manter uma vida saudável, fazer relaxamento e praticar exercícios físicos. “É possível evitar alguns fatores desencadeantes como a falta de sono, o jejum prolongado, o estresse e alguns alimentos”, diz Porto.
O tratamento da enxaqueca tem evoluído. Atualmente, médicos têm receitado o uso de medicações direcionadas para tratamento preventivos ou de crises agudas. Eles incluem uso de toxina botulínica e de um anticorpo específico, que devem ser prescritos por um médico.
Segundo a OMS ( Organização Mundial de Saúde), a enxaqueca afeta cerca de 15% da população. “Este número é mais significativo entre as mulheres devido aos fatores hormonais (25%) e está em crescimento também entre as crianças e adolescentes”, diz o diretor técnico do Hospital Municipal Dr. Arthur Ribeiro de Saboya e membro do ambulatório de cefaleias e dores craniofaciais da USP, Eustáquio Arouca.