Supremo homologa delação de oito executivos da OAS
Novos delatores já falaram de apurações da operação Lava Jato e entregaram diversos documentos
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin homologou o acordo de delação premiada de oito ex-empregados da empreiteira OAS que trabalhavam no setor responsável pelo caixa dois e pelos repasses de propinas da construtora.
Após a homologação, os delatores passaram a colaborar com investigações em Brasília, Curitiba e São Paulo, em desdobramentos da Operação Lava Jato, e prestaram depoimentos na Operação Pedra no Caminho, que apura desvios em obras do Rodoanel de São Paulo.
Os colaboradores não ocupavam a cúpula da OAS, mas por atuar na área de movimentação ilegal de dinheiro, conhecida internamente como controladoria, forneceram uma grande volume de documentos que podem permitir a comprovação de crimes como corrupção e lavagem de dinheiro.
Há um capítulo da delação que revela um rol de empresas contratadas como fornecedoras de serviços e equipamentos mas que apenas vendiam notas fiscais com conteúdo falso para dar aspecto formal ao dinheiro.
A chancela do ministro, no âmbito da Operação Lava Jato, foi assinada em março, mas está sob sigilo de Justiça.
Em cerca de metade dos temas apresentados na delação é possível identificar o destinatário do suborno, com base nos papéis das transações financeiras e e-mails trocados com diretores.
Segundo a reportagem apurou, há casos que atingem pelo menos seis ministros ou ex-ministros do governo do presidente Michel Temer. A outra parte dos relatos detalha o caminho dos recursos ilícitos, mas não é conclusiva sobre os destinatários finais das propinas ou de caixa dois .
A OAS informou que não vai se manifestar.