A farra do Congresso
Com o governo Michel Temer (MDB) nas últimas, deputados e senadores estão aproveitando para avançar sobre a grana do contribuinte.
Como o Executivo já não tem muita força nem disposição para botar ordem na casa, os parlamentares tratam de votar projetos que reduzem receitas e aumentam despesas públicas. São as chamadas pautas-bomba.
Engana-se quem imaginar que a Câmara e o Senado estejam movidos por preocupações com a saúde, a educação, a segurança e outras prioridades.
Na maior parte dos casos, as propostas são para atender a grupos poderosos e influentes. Nos últimos dias, em meio à Copa do Mundo e pouco antes do início das campanhas eleitorais, o Congresso caiu na farra da distribuição de bondades com o chapéu alheio.
Avançaram projetos que beneficiam produtores de refrigerantes, empresas de transporte rodoviário, proprietários rurais, servidores públicos, governos estaduais e outros.
O cúmulo da cara de pau aconteceu numa manobra dos deputados com objetivo de derrubar uma regra que impede a nomeação de políticos e seus parentes para cargos de comando nas empresas estatais.
Juntando todas as barbaridades que estão sendo votadas no Congresso, algumas delas propostas pelo Executivo, dá uma conta de R$ 90 bilhões (mais de três vezes a verba do Bolsa Família) em 2019.
Isso põe em risco não apenas o próximo governo, mas até a recuperação da economia, que já anda devagar, quase parando.
E o pior é que a maioria dos presidenciáveis assiste a tudo sem dar um pio, talvez com medo de desagradar a possíveis aliados.