Previdência municipal trava na Câmara e preocupa Covas
Legislativo ainda nem formou grupo que deveria estudar tema, e prefeitura quer aprovação em 2018
A reforma da previdência paulistana empacou na Câmara Municipal, o que tem causado apreensão na gestão Bruno Covas (PSDB), que planejava colocar as mudanças em marcha ainda em 2018.
Segundo cálculo da prefeitura, cada mês sem a reforma tem impacto de R$ 80 milhões nos cofres municipais —dinheiro suficiente para construir 16 creches.
Em uma derrota política de João Doria (PSDB) antes de ele sair da prefeitura para disputar o governo paulista, os vereadores decidiram não submeter o projeto a votação no final de março deste ano.
Após forte pressão dos servidores, que ficaram em greve por mais de 20 dias e fizeram manifestações o Legislativo, o presidente da Câmara, Milton Leite (DEM), em acordo com os vereadores da base da gestão tucana, anunciou que o texto sairia da pauta durante 120 dias.
Nesse período, seria constituída uma comissão de estudos da reforma da previdência. No entanto, desde a retirada do projeto da pauta, em 27 de março, nada aconteceu. Não houve nem ao menos a formação do grupo de estudos na Câmara.
Em nota da assessoria de imprensa, a presidência da Câmara diz que a comissão de estudos está quase pronta, basta submetê-la ao colégio de líderes de partidos.
A gestão tucana diz que a aprovação da reforma é fundamental para a saúde financeira do município. Segundo cálculos da prefeitura, o déficit da previdência chegará a R$ 20,8 bilhões em 2025 caso a reforma não seja feita. Em março, Covas afirmou que, caso a reforma não fosse feita, a cidade teria que aumentar impostos.